A esquizofrenia é uma doença que se inicia no final da adolescência ou no adulto jovem.
O caminho do diagnóstico da esquizofrenia nem sempre segue o curso linear. É preciso seguir um tratamento com o psiquiatra por pelo menos seis meses, para que seja possível saber se o que a pessoa tem é esquizofrenia ou outros transtornos mentais com características semelhantes.
O que dificulta é que muitos indivíduos desistem do tratamento quando melhoram ou se negam a tomar medicações. Outro ponto, nem todos conseguem seguir com os tratamentos psicossociais, como a terapia ocupacional e psicoterapia.
Importante ressaltar que a esquizofrenia se manifesta em cada pessoa de uma forma diferente não dá para comparar as pessoas, inclusive existem alguns casos que evoluem sem grandes comprometimentos no funcionamento do paciente.
Então, inicialmente existe uma grande dificuldade de entender a necessidade do tratamento, depois de conseguir os tratamentos adequados e na sequência de a maior dificuldade que é aceitação dos tratamentos propostos.
A dificuldade de aceitar as explicações do médico e a busca por alternativas para lidar com situação caracterizam este período de indecisão que as vezes se arrasta por alguns anos, prejudicando a recuperação das pessoas com esquizofrenia. A religião em alguns casos é vista como alternativa para solucionar o problema.
Cabe explicar que a religião, na nossa cultura, exerce um papel importante de ajudar as pessoas a lidar com o desconhecido, com situações de sofrimento e desorientação. No caso de transtornos mentais, algumas pessoas chegam a dizer que a pessoa doente está sendo vítima de um mal espiritual. O meio religioso é uma fonte importante, mas é fundamental também a ajuda da medicina e da psicologia.
Com o início do tratamento, os familiares esperam que os resultados apareçam rapidamente, mas o processo se dá em uma escala de semanas a meses, para isso é preciso manter a esperança e a paciência, e evitar estigmas sobre a saúde mental.
Nesse panorama, vale destacar sobre os significados para palavra loucura, geralmente as pessoas associam com a mudança do jeito de ser, uma perda da razão e da autonomia, e que pode levar uma perda do controle das próprias ações. Muitos ainda acham, que a loucura não tem cura e que como consequência as pessoas que enlouquecem devem ficar internadas definitivamente, pois não são confiáveis e podem se tornar perigosas.
A esquizofrenia é uma doença e não é “loucura”. Loucura é o descaso e a falta de tratamento digno e de respeito para as pessoas que vivem com essa dificuldade imposta pela doença e não tem acesso de um tratamento de qualidade.
O processo de diagnostico representa um começo, o tratamento é por tempo indeterminado. Assim a participação e acolhimento de familiares é essencial para que todos possam ter um entendimento e bom convívio.
Forte abraço,
Gleize Fonseca – CRP 06/112812
Referência:
ASSIS, Jorge Cândido de; BRESSAN, Rodrigo Affonseca; VILLARES, Cecilia Cruz. Conversando sobre a esquizofrenia. São Paulo: Segmento Forma, 2008.